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Natural, sintética ou técnica.Conheça os detalhes de 8 tipos diferentes de rolhas.

Você compra um vinho escolhido a dedo, pede a opinião do sommelier da casa, pesquisa na internet, lê artigos, escolhe uma ocasião especial para abri-lo com as pessoas que você ama. O dia especial chega, os amigos trazem mais vinhos, você escolhe o saca-rolhas perfeito para a ocasião, perfura a rolha e…POP! Aquele barulho de vinho sendo aberto soa alto e todos abrem um sorriso. Você cheira a rolha e nota algo estranho. Você serve um pouco na sua taça para verificar se há algo realmente de errado e logo percebe um cheiro de roupa mal seca, de cachorro molhado. Ah não! O vinho está bouchonné

A palavra bouchonné vem do francês da palavra “bouchon”, rolha. A expressão em português seria como dizer que o vinho está “rolhado”. E essa é a maior decepção que acontece no mundo dos vinhos. Uma coisa é você comprar um vinho e não gostar e outra é você comprar um vinho e ele estar com um defeito que impede que ele seja bebido, que é justamente esse aroma de roupa mal seca, de mofo. Tudo bem que o vinho em si não está contaminado, não vai fazer mal à saúde, você pode até mesmo usá-lo para cozinhar algum prato, mas o prazer de beber não existe mais. Afinal quem é que gosta de beber algo com cheiro de cachorro que saiu correndo na chuva e ficou mal seco?

Esse odor desagradável vem da contaminação da rolha natural pela molécula chamada TCA, 2,4,6-Tricloroanisol, cuja principal origem de ter esse forte odor de mofo, mas não única, é natural da própria cortiça, ou da reação de fungos contidos nos poros das rolhas com os produtos químicos usados no processo de esterilização ou do sistema da conservação do vinho. (Lugares de armazenamento muito úmidos ou contaminados).

E é por causa desse odor desagradável que a indústria apareceu com outros tipos de rolhas. Vamos conhecer os detalhes das rolhas naturais, técnicas, sintéticas e de roscas de alumínio.

Rolha de Cortiça Natural

As rolhas têm duas principais funções: fechar o líquido dentro da garrafa e impedir o oxigênio de entrar. Dentro dessas duas funções há o quesito preço influenciando tudo. 

Quando escrevemos o nosso texto sobre tipo de abridores, explicamos que inventaram a rolha de cortiça natural por ser o melhor material para fechar uma garrafa de vidro e logo, inventaram o abridor. A rolha de cortiça natural era uma opção barata, facilmente disponível, extraída da casca de árvores, procedente de uma fonte renovável, e biodegradável. Se destaca por ser neutra, uma ótima barreira contra o oxigênio e por ser elástica se molda com facilidade ao gargalo da garrafa. 

A rolha de cortiça natural foi durante muitos anos única e imbatível como a tampa das garrafas de vinhos e faz parte da imagem da tradição: o vinho, a garrafa de vidro, a rolha, o abridor e a taça. Um ou outro vinho bouchonné era encontrado e era algo tolerável. Passava sem grandes preocupações, afinal não havia nada a ser feito. A rolha de cortiça não tinha concorrência.

O cenário começou a mudar a partir dos anos 60 quando o consumo mundial de vinhos aumentou e a pressão em cima dos produtores de rolhas, em sua maioria portugueses, foi maior. Com isso eles começaram a prezar pela quantidade ao invés da qualidade. Para suprir a forte demanda, como por exemplo, eles passaram a não selecionar tão bem as árvores para cortar as cortiças, cortavam muito rente ao solo dando uma qualidade inferior, não esperavam o tempo de crescimento da árvore apropriado antes de extrair a matéria prima, cortaram custos operacionais e muitos produtores de vinhos de grande escala encomendavam rolhas mais baratas e mais curtas. Como o mercado era maior e o número de vinhos bouchonnés aumentaram, a indústria da rolha natural teve a sua imagem arranhada e pela primeira vez teve concorrentes. 

Rolhas Técnicas

As rolhas técnicas são as rolhas de cortiça natural que passaram por algum tipo de tratamento. Muitas delas encontramos em várias garrafas e não nos damos conta.  Abaixo vamos citar 4 das mais conhecidas.

Rolhas Colmatadas:

As rolhas colmatadas são rolhas de cortiça natural com os poros preenchidos exclusivamente com pó de cortiça das rolhas naturais. Para a fixação do pó nos poros é utilizada uma cola à base de resina natural e de borracha natural e também uma cola à base de água. A aparência da rolha é mais bonita, a performance dela é melhor e é um tratamento barato para ser feito.

Rolhas Aglomeradas:

É o mais barato dos tratamentos. Granulados de cortiça natural são fixados com uma resina à base de cola. É mais indicado para vinhos de rápido consumo, pois a resina se desintegra em contato com o vinho, deixando com pedaços de rolha dentro do vinho e aumentando a passagem do oxigênio. Mas não se engane dizendo que o vinho está bouchonné só porque tem pedaços de rolhas dentro do vinho. 

Rolhas Twin Top:

Uma opção com custo de produção baixo e com um princípio bom e eficaz: corpo de aglomerado e um disco de cortiça natural em cada uma das extremidades.

Rolhas Diam ®:

Diam® de…diamante! Mas calma, não temos diamantes nas garrafas de vinho, mas temos o processo Diamante. Essa rolha é a mais cara e elimina com sucesso possíveis resíduos de TCA. O processo é complicado, mas tentaremos simplificar: a rolha natural é moída em partículas mínimas. Depois é separada a parte elástica da mais dura, que é jogada fora. Essa parte moída é tratada pelo processo Diamante, onde as partículas são lavadas com dióxido de carbono em alto nível para eliminar qualquer possível resíduo de TCA e outros aromas indesejáveis (para os amantes de café, esse é o mesmo processo de produção do café descafeinado). Já devidamente “limpas”, elas seguem para serem prensadas, aquecidas e moldadas em formato de rolha. Um processo feito por uma única empresa que detém a patente e comercializa essa rolha aos melhores produtores de vinhos no mundo todo. 

Existem outras rolhas técnicas, mas essas quatro são as mais interessantes e as mais comuns no mercado, tanto de vinhos mais baratos quanto de vinhos de alta gama.

Rolhas Sintéticas

Uma outra alternativa para eliminar de vez o odor desagradável de mofo nos vinhos foi substituir a rolha natural por uma sintética. Há vários modelos no mercado e muitas são de silicone (apropriados para o setor alimentício). A parte positiva é que não existe a molécula de TCA. É uma rolha para consumidores menos tradicionais. Ao contrário de uma rolha técnica, percebemos na hora a diferença em seu aspecto e quem é mais tradicional não gosta muito de um plástico fechando a garrafa.

Roscas de Alumínio

Se o consumidor tradicional torce o nariz para uma rolha de silicone, não o coloque na frente de uma garrafa fechada por uma rosca de alumínio. Antes elas tinham uma imagem de vinho barato, mas hoje sua imagem mudou e são considerados como modernos, “cool”. Muito comum na Austrália e na Nova Zelândia onde mais de 70% dos vinhos produzidos, são fechados com a famosa Screw Cap. Motivo principal de usar esse tipo de vedação é também porque alguns importantes países consumidores como a Inglaterra, para os vinhos mais consumidos, exigem esse tipo de vedação.   Essas tampas são práticas para abrir, não é necessário usar o saca-rolhas e são a melhor e mais eficaz barreira contra a entrada do oxigênio, são totalmente neutras, permitem o armazenamento vertical, ou seja muitas são as vantagens dessa rolha. Elas conseguem manter o vinho hermeticamente fechado sem nenhuma entrada de oxigênio, portanto é particularmente adequado para vinho de consumo relativamente rápido, mas com certeza de ótima qualidade.

Rolhas de Vidro

As rolhas de vidro são relativamente novas no mercado, surgiram nos anos 2000 e são mais conhecidas pelo nome da marca Vinolock. Elas são pequenas, bonitas, no topo o produtor pode customizar escolhendo as cores, pode colocar o seu brasão, logomarca ou nome da vinícola e no seu corpo há um material em plástico PVC que permite que a garrafa seja bem fechada e vedada. Ela é uma ótima barreira contra o oxigênio e não corre o risco de deixar o vinho bouchonné. Os dois únicos pontos negativos são: ainda é considerado um tipo de tampa, rolha muito moderna para os consumidores mais tradicionais, apesar de ser melhor aceita do que uma rosca de alumínio. E o seu custo, que é tão alto quanto uma rolha Diam e por isso os produtores de grandes vinhos preferem uma rolha tradicional Diam do que investir numa rolha em vidro. É muito comum ver essas pequenas rolhas em lojas de vinhos sendo vendidas avulsas como uma opção para fechar a garrafa de vinho depois de aberta. O valor para o consumidor direto e que vai comprar somente um ou duas unidades é baixo, sendo de 1 euro aproximadamente. Ela também é muito vista como brindes em feiras e congressos por parte de empresas que colocam a sua logomarca no topo da tampa. Se você ganhar uma, fique feliz e a use bastante para vedar suas garrafas abertas durante uns 2 dias na geladeira. 

De todas essas opções no mercado, a rolha natural ou a rolha técnica continua sendo a mais tradicional e faz parte da imagem do vinho e do ritual de abertura da garrafa.  Hoje felizmente há ótimos fornecedores de rolhas cortiça, como por exemplo em Portugal e na Espanha, que se preocupam com a qualidade do plantio e replantio das árvores, seus tratamentos, época da colheita, estilo de corte e saúde do solo. Tendo uma excelente matéria prima os riscos de ter uma rolha contaminada é menor e aliado à tratamentos dos mais simples aos mais complexos e eficazes, ajuda a evitar o desapontamento de abrir um vinho bouchonné

Hoje o produtor pode escolher o tipo de rolha que ele quer usar, temos sempre que lembrar que se o vinho tiver sido vedado com uma rolha errada ele pode ser amplamente comprometido, portanto o produtor tende a escolher o melhor sistema para cada proposta.

Anima Vinum referência de Bourgogne por enquanto mantém a opção cortiça natural, mas quem sabe como será com as novas gerações e com as novas pesquisas, não podemos esquecer que no mundo do vinho também a tecnologia é muito bem-vinda.

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