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As mulheres e o vinho, descubra o resultado dessa relação de sensibilidade e delicadeza.

Para comemorar o dia internacional da mulher, vamos fazer um mês de homenagem às mulheres no mundo do vinho.

O mundo do vinho é amplo. Temos a produção, o comércio, a exportação/importação, a comunicação, o turismo, o sommelier, a investigação, os wines influenciadores, a tecnologia e etc. Dentro de um mundo tão vasto a mulher está presente em todos esses setores. 

Na viticultura é normal encontrarmos mulheres de todas as idades entre os compridos corredores de vinhas, trabalhando debaixo do sol, da chuva e do frio intenso. Esse trabalho é pesado, exaustivo, muitas vezes solitário.  No inverno essas mulheres trabalham aproximadamente de 6 a 7 horas fazendo a poda e fazendo buracos para plantar novas videiras. Na primavera é normal passar de 10 a 11 horas trabalhando agachada ou debruçada para aparar os brotos e ervas que crescem ao redor do pé das videiras e levantar os fios do grosso arame que as sustentam. Um trabalho que parece não ter fim. Quando a colheita chega, temos jovens, senhoras, mães, avós participando como podem. As mais novas, muitas vezes estudantes ou europeias de férias trabalham colhendo as uvas, enquanto as mais experientes gerenciam as equipes.

Na cuverie e na cave, onde a mágica da vinificação acontece, elas também estão presentes fazendo a vinificação, controlando a temperatura, lendo os exames laboratoriais, lavando as cubas, engarrafando, colocando aquela famosa cera ao redor do bico da garrafa e a etiquetando. Com ou sem a ajuda de máquinas e materiais de ponta, elas estão lá ao lado dos homens fazendo o mesmo serviço.

Hoje as mulheres que são vigneronnes, viticultoras ou enólogas deixam transparecer nos vinhos a sensibilidade e a delicadeza. Para serem reconhecidas elas estudam mais, se esforçam mais, são atentas aos detalhes que fazem a diferença e enxergam oportunidades onde muitos acham que valem a pena. O resultado são vinhos de extrema qualidade que surpreendem aos mais exigentes críticos e consumidores.

Como exemplo temos a Alexandrine Roy dona do Domaine Marc Roy. Ela não possui nenhum vinho Premier Cru ou Grand Cru, mas seus vinhos são extremamente bem respeitados e seus villages são considerados Premiers Crus por muitos críticos exigentes. Ela mesmo diz que por ser mulher, presta mais atenção aos detalhes e isso faz a diferença em seus vinhos, como por exemplo o vinho branco Marsannay, que é um sucesso de crítica e de paladares de consumidores, e que vem de um terroir majoritariamente de Pinot Noir.

A enóloga-chefe, dos Hospices de Beaune a Ludivine Griveau é responsável por 60ha de vinhas cujos vinhos são leiloados anualmente. Como ela mesma citou nesse texto sobre o seu desafio diário: “Observar e explorar sempre os detalhes. Felizmente as mulheres quase nunca esquecem desse ponto”, essa atenção aos detalhes foi um dos seus diferenciais para conseguir esse cargo após passar por uma rigorosa seleção e ocupar com sucesso até hoje esse cargo.

A simpática Agnès Paquet do Domaine Agnès Paquet gerencia 13ha na Côte de Beaune e gerencia o envelhecimento dos nossos vinhos brancos arrematados durante o leilão dos Hospices de Beaune. Além das suas funções diárias ela viu uma oportunidade: produzir a partir das uvas Aligoté um vinho natural delicadamente perlante, fresco, leve, com baixo teor alcoólico e sem compromisso. O seu Pétillant Naturel chamado Ali Boit Boit et Les 40 Buveurs, nome em alusão ao conto Ali Babá e os 40 Ladrões, é um toque de charme e diversão em sua gama de vinhos.  

No mundo do comércio e na degustação de vinhos o sexo feminino é considerado e respeitado por muitos como um ótimo degustador atento à detalhes e sutilezas que muitas vezes passam despercebidas pelos homens. Nuances de aromas, maior sensibilidade à acidez e ao tanino, delicadeza para sentir nuances perlantes nos vinhos são alguns dos detalhes que as mulheres captam com facilidade.

Na exportação e importação elas são a maioria nos escritórios. Preparam comandas, documentos de exportação, falam mais de uma língua, administram a contabilidade, negociam com fornecedores, elas se ocupam de tudo. E para entender do produto, elas estudam o vinho. Suas apelações, como ele é feito, vão nas parcelas de vinhas, fazem cursos e degustam. 

No setor de alta direção internacional, temos o exemplo da ex-diretora do instituto do Master Of Wine, Penny Richards. Ela entrou em 2013 depois de ter trabalhado anos como repórter, editora e produtora da BBC, cobrindo guerras e acontecimentos políticos. Durante mais de 5 anos como diretora do mais renomado e difícil exame de vinhos no mundo, ela se entregou a esse mundo tão único. Ela enxergou uma oportunidade e mudou o acesso ao programa, o transformou numa experiência intensa mesmo para quem não obteve o diploma ao final. O seu objetivo era de selecionar os melhores dos melhores profissionais para participar do exame que pode durar até 5 anos e que durante o caminho todos os participantes pudessem obter o máximo de conhecimento, vivência e troca de contato profissional possível. E o que já era uma renomada instituição, porém um pouco distante e secreta, se tornou um instituto transparente e com o nível de excelência máxima.

A maior detetive de vinhos falsificados no mundo é a americana Maureen Downey. Ela começou sua vida com o vinho de maneira simples, aos 16 anos com o seu namorado francês e viagens para a França. Maureen cursou uma faculdade de Hospitalidade nos Estados Unidos e ao se formar obteve o diploma de sommelier. Trabalhou em restaurantes até chegar nos leilões de vinhos de NY, onde em um dos leilões ela percebeu que uma garrafa de Pétrus estava leve demais. A garrafa era feita de um vidro chileno de baixa qualidade, nada parecido com a qualidade dos vidros da garrafa de um Pétrus. Nesse dia em diante ela começou a notar marcas de tintas impressas onde não deveriam estar, tipos e qualidade de papéis das etiquetas, detalhes nas rolhas, impressões nas garrafas, tipos de vidro, todos os detalhes para poder identificar vinhos falsificados. Hoje ela tem um instituto para formar profissionais para identificar vinhos falsos e preservar compradores de comprar gato por lebre. 

Em todos esses exemplos podemos ver exemplos de mulheres que trabalham muito, são atentas aos detalhes e às oportunidades que muitos deixam passar. Por isso no mundo do vinho a mulher tem o seu lugar de reconhecimento, não importa onde. Da videira à lupa.

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