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Vinhos kasher e o Pessach

Jorge Lucki – março 2021

Vinho faz parte da cultura judaica. O nobre fermentado é inclusive citado quando se fala na fé em um mundo melhor, sem miséria, fome, guerras nem conflitos. É a aguardada Era Messiânica. De acordo com o judaísmo, a chegada do Messias será celebrada com um grande banquete. Deus servirá o Leviatã, o grande peixe do inicio da criação, e um vinho especial. A bebida será elaborada com as primeiras uvas que o Criador guardou do Éden, quando o jardim sagrado ainda era na terra. Nessa refeição tão aguardada o lugar para o vinho está reservado.

Está nos Salmos que “o vinho alegra o coração dos homens”, e ao reconhecer e agradecer a Deus pelo momento o vinho está sempre presente. Cabe também ressaltar que qualquer refeição judaica, começando com o pão, é rezada uma benção para ele. Por sua importância, o pão – de tão básico – desobriga de fazer as bênçãos dos demais alimentos. Vale para tudo, menos para o vinho. O vinho requer benção específica.

A religião judaica, em sua versão mais ortodoxa, impõe normas para a produção, manuseio e consumo de alimentos, certificados como produtos “kasher”. Com vinho não é diferente. O que o diferencia não é a qualidade ou estilo, mas simplesmente o processo de elaboração. As uvas e a forma de cultivá-las são praticamente as mesmas de qualquer outro vinho disponível no mercado. As mudanças começam quando os cachos chegam na adega para iniciarem os preparativos e a fermentação propriamente dita. Apenas pessoas que observam os preceitos da religião podem manuseá-las, assim como o equipamento, que deverá ser previamente higienizado se porventura foi utilizado para vinhos “comuns”. A supervisão e o acompanhamento de todo o processo até o engarrafamento, deve ser feita por um rabino responsável. Sua identificação e assinatura devem constar no contra rótulo.

O status de kasher estende-se até o serviço do vinho, devendo a garrafa ser aberta e servida por pessoal estreitamente alinhado com os mandamentos judaicos. A garrafa só pode ser manuseada por outra pessoa enquanto estiver fechada. A menos que seja utilizado no processo, além de todos os passos iniciais, uma forma mais invasiva no que diz respeito ao liquido: a pasteurização. O vinho, submetido por segundos a temperaturas perto dos setenta graus centígrados, é liberado com a denominação “mevushal”, o que é mencionado no rótulo. Mesmo com técnicas modernas de cozimento rápido, a chamada “flash pasteurização”, o procedimento interfere nas suas características originais. 

Diante da demanda, vinícolas de renome por vezes destinam parte da colheita para a produção de vinhos kasher, mevushal ou não. É o caso de bons châteaux de Bordeaux e casas de champagne, como a Laurent Perrier, o mesmo acontecendo em outras regiões mundo afora.

Nós da Anima Vinum trabalhamos com Domaine Dampt localizado na Borgonha e produtor certificado de vinhos kasher, como o vinho branco Chardonnay Chablis Tradition 2017 o vinho tinto Pinot Noir Bourgogne Champs D’Oiseaux.

O Pessach (a Páscoa judaica)

A origem da palavra Páscoa vem do termo hebreu Pessach, que significa passagem ou travessia. Trata-se de uma das importantes festas do calendário judaico e comemora a saída dos judeus do Egito, local onde habitaram por mais de 400 anos, boa parte como escravos, em direção à Terra Prometida. Simboliza, assim, a passagem da escravidão para liberdade.

Segundo as Sagradas Escrituras do Judaísmo, a Torah, a Páscoa deve ser celebrada no décimo quarto dia do mês de Nissan, que pelo calendário judaico ajustado ocorre sempre no início da primavera em Israel. Para quem está no Hemisfério Sul, o Pessach é comemorado no início do Equinócio de Outono, e tem início, neste 2021, no anoitecer de sábado, dia 27.

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